Maria e Dasdô se conhecem em mais um dia em que andam pelas ruas da cidade, na busca da sobrevivência. No entanto, não é um dia qualquer, é justamente o dia em que Maria encontra o número quatro nos classificados de um jornal achado no lixo. Mas o que é o número quatro? “O emprego!”, responde Maria, com a confiança de quem acredita que, depois de ter achado, no jornal, o anúncio de uma vaga, basta esperar que o dinheiro chegará. “Então a gente espera”. Durante 50 minutos de peça, acompanhamos a jornada dessas duas mulheres em situação de rua, vivendo uma realidade tão absurda que se torna cômico-trágica.
No dia 11 de abril de 2007 as atrizes Quitéria Kelly e Titina Medeiros contavam pela primeira vez a história de Dasdô e Maria, duas moradoras de rua que acham um jornal no lixo com uma promessa: ‘os emprego’. A partir dalí, durante 50 minutos, o público espera, espera junto com as personagens que vão revelando aspectos da vida das pessoas em situação de rua. Uma vida tão absurda que chegam a ser tragicômica.
“Pobres de Marré” é a primeira montagem do Grupo Carmin e foi criada a partir da pesquisa com mulheres em situação de rua em centros urbanos. Realizou mais de 100 apresentações entre sua estreia em 2007 e sua última apresentação em 2016.
Na trajetória constam festivais como: XIV Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga (2º lugar Júri Popular) em 2007; Festival Agosto de Teatro; II Festival BNB de Artes Cênicas, III Semana de Teatro no Maranhão e 8ª Festa da Renascença Pernambuco Nação Cultural, em 2008; Projeto Ato Compacto BNB e Festivel Internationale de Rue de Aurillac, na França, em 2009; Festival de Teatro de Curitiba – Fringe, em 2013; entre outros.
13 anos depois da primeira montagem, uma triste constatação: a realidade de pessoas em situação de rua no Brasil só se agravou. A ausência do poder público e a tentativa de contínua invisibilização, por parte da sociedade, inclusive de obras artísticas que deem luz a esse dilema social, motivou o Grupo Carmin a remontar Pobres de Marré. O grupo, que tem em seu DNA a construção de dramaturgias originais, a partir de fatos reais e demandas sociais urgentes, acredita na potência da peça que chega em 2021 ainda bastante atual. Desta vez as atrizes que darão voz e corpo a Maria e Dasdô são Alessandra Augusta e Ana Luisa Camino.
UMA OBRA ORIGINAL: Grupo Carmin de Teatro
ANO DE PRODUÇÃO (REMONTAGEM): 2007 (2020)
DATA DE ESTREIA: Abril de 2007
DURAÇÃO: 50 minutos
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos
ELENCO: Quitéria Kelly* (2007-2019) / Titina Medeiros* (2007-2009) Alessandra Augusta (2011- Atual)/ Ana Luisa Camino (2020- Atual)
DRAMATURGIA: Henrique Fontes
DIREÇÃO: Henrique Fontes
PRODUÇÃO GERAL: Quitéria Kelly e Henrique Fontes
DESENHO DE LUZ: Anderson Galdino, Henrique Fontes
CENOGRAFIA: Mathieu Duvignaud (2007)
FIGURINO: Grupo Carmin
MAQUIAGEM: Bruno Finizolla
OPERAÇÃO DE LUZ: Anderson Galdino* e Henrique Fontes
OPERAÇÃO DE SOM: Henrique Fontes*
TÉCNICA DE MONTAGEM: Anderson Galdino e Henrique Fontes
DESIGN GRÁFICO: Vítor Bezerra (2012)
GRUPO CARMIN (2007): Quitéria Kelly, Titina Medeiros e Henrique Fontes
* Elenco/equipe de estreia
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